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sexta-feira, 26 de julho de 2024

O SURDO E O OUVINTE NA LUA (CONTO SCI-FI)

 Era uma vez a história de dois lunáticos. Um era surdo e outro tinha uma audição normal. Porém, nenhum dos dois sabia quem tinha problemas na audição e quem não tinha, pois na lua não há a transmissão do som. 

Ambos comunicavam via sinais para transmitir suas mensagens e suas necessidades. Porém, um evento ocorreu. Alguns terráqueos chegaram à lua e começaram a explorar o satélite, em busca de evidências tanto de vida, como da formação de seu próprio lar. 

Neste caminho encontraram os dois lunáticos e viram que eles tinham algo em comum: transmitiam suas mensagens apenas por sinais, assim como os astronautas faziam quando estavam na lua, a não ser quando tinham a transmissão por radiação eletromagnética. 

O astronauta fez sinais para que eles pudessem conhecer a terra, o planeta azul que tanto queriam pisar, mas não podiam, pois tinham sido isolados por causa de uma missão espacial de um planeta que circundava a Próxima Centauri. 

Por causa disto, ficaram isolados desde a infância e tinham apenas as culturas que os extraterrestres deixaram por lá. 

Conseguiram a agricultura no satélite, além de conseguir climatizar aquela região. Mas a atmosfera tênue impedia de comunicar por sons, porém isso não era o problema para eles. 

Ao ver que os lunáticos viviam em um ambiente tão hostil e tinha dominado a agricultura, os humanos tentaram a comunicação. 

Como não havia a tecnologia de transmissão de eletromagnetismo, pois os habitantes do sistema da Próxima Centauri tinham esquecido de deixar os equipamentos, os dois tentavam comunicar por sinais. 

"Vocês querem conhecer a Terra?" disse um astronauta via sinais. 

"Quero", meneou a cabeça os lunáticos. 

"Temos espaço para mais dois na tripulação". 

Os dois concordaram com a ideia de ir à terra. 

Antes de levá-los para conhecer o planeta, perguntaram de onde vinham, já que os humanos sabiam que não havia vida na Lua até àquele instante. 

Um deles apontou uma pequena estrela que ficava na constelação de Centauro, onde os humanos tinham descoberto um planeta em zona habitável. 

Além disto, eles ignoravam qualquer missão de outros sistemas solares à Lua, pois não haviam enviado sondas recentemente, além dos telescópios não terem a potência para distinguir objetos menores que 1km com aquela distância. 

Os humanos entenderam a situação e viram que os lunáticos pouco diferiam dos humanos. Eram inteligentes, tinham sua cultura, mas não se sabia se eles falavam ou não. 

Tanto os seres humanos, quanto os lunáticos foram ao planeta terra. Depois de dias numa nave, chegaram ao planeta e deixaram uma notificação para a NASA:

"Localizados dois extraterrestres provindos provavelmente de algum lugar no sistema Alpha Centauri. Provavelmente a possibilidade de vida no planeta recém-descoberto pode ser provada através destes dois companheiros. Se confirmado, estaremos próximos de descobrir se existe ou não vida fora da terra." 

Houve um tremendo alvoroço em todos os países, pois a vida fora da Terra ainda não tinha sido descoberta, a não ser por causa de vestígios muito pequenos de elementos químicos em outros planetas próximos e prováveis compostos orgânicos. 

Os dois ET's foram levados à Terra e quando chegaram, sentiram o peso que era descer a um planeta com várias vezes sua gravidade. Tinham experimentado uma gravidade assim apenas em seu planeta anterior. 

Porém não havia apenas a sensação de estar três vezes mais pesado: um deles tinha sensações estranhas e apontou para o ouvido. O surdo ficou sem entender, o achou louco. O ouvinte viu que tinha um "superpoder": um quinto sentido, comparado aos quatro sentidos do ouvinte. 

Reparava bem que os movimentos da boca dos seres humanos faziam sons, que antes eram apenas gestos sem sentido. O surdo não via nada a não ser os gestos e não entendia o porquê o surdo estava associando os movimentos da boca a sons. Seria uma espécie de sinestesia? Seria uma loucura? Nenhum concluiu de maneira definitiva. 

Os humanos viram que um dos extra-terrestres não conseguia ouvir. O outro estranhava os novos sons. Ambos foram estudados para ver o porquê desta diferença. Um apenas não tinha o sentido e o outro, embora tenha o sentido da audição, não o usava, pois estava em um lugar onde não precisava ouvir e isto não lhe era útil. 

Ter um talento e não poder utilizar é igual não ter talento. 


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